Querido professor

24 de novembro de 2015

O seu corpo malhado em formas grotescamente grandes se destacavam na frente do quadro negro. Pergunto-me como é possível ter gomos até nos dedos, ou ainda, como é possível desenvolver uma escrita cursiva em mãos que aparentemente pareciam não ser articuláveis devido o excesso de musculatura. Quando virava de costas, sua bunda narcisa ganhava vida própria: auto-sexualizava conforme os movimentos das pernas, empinava impedindo de ser coberta pela camiseta. Imaginar uma transa eram o que todos naquela sala faziam, não hesitei na oportunidade, mas logo abstrai, não sou adepto a zoofilia. Contudo, sua sorte é seu corpo, que dentro de uma forma, não assumi sua forma, porque se molda a um padrão estético como negação da própria matéria, pois caso contrário, sobraria ter que malhar o conteúdo intelectual, e convenhamos, é mais trabalhoso que só reproduzir. Diz que só se deve estudar matérias de exatas treinando - tal como suas abdominais com os dedos -; é treinando que se aprende, que se ganha forma, que se lapida, que se deve passar boa parte do tempo, que se adapta ao conteúdo, aos pesos de academias, aos pesos das palavras, e que por consequência se anula a responsabilidade do auto-policiamento durante as pronuncias; mas ninguém se importa, é no treino que se adquire a forma desejada: do desejado; que de tanto treinar, pode pronunciar piadas machistas, homofóbicas, racistas, afinal, elas já são leves, e você tem algo além à ser apreciado: o corpo; algo a oferecer: conteúdo de exatas; e algo a proporcionar: o tesão coletivo em alunos carentes da prática sexual. obrigado por treinar nossa imaginação em plena segunda-feira a noite.