Ecdise

23 de novembro de 2015

Não há motivos para poesias.
Também não havia motivos para prosas, então saia caçando palavras e moldando-as: davam em rimas, poesias, mas que agora não fazem o menor sentido. Quando olho as notas antigas do celular, encontro restos de cascas do que sobrou no meu processo evolutivo - ou de aproximação com a morte, que seja. A questão é que, as cascas que um dia me serviram de armadura, não me servem mais. Assim com os artrópodes, há uma estrutura rígida em nós, que nos recobre total ou parcialmente, conferindo uma proteção e suporte. Conforme crescemos, ao longo do ciclo de vida, essa estrutura é trocada, deixada de lado, virando notas velhas no celular, substituída por prosas em um blog. Não há problemas nisso, há problemas quando toda matéria orgânica deixada para trás, se acumula, não se decompõem, e apesar de não servir, ainda está viva.